terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Os estelares

                                                                                 Sugestão de trilha sonorahttps://www.youtube.com/watch?v=z_dEGxRs3lU

Somos estelares, menina,
Numa estética modernista
Ultrapassando vicissitudes
e consumindo conquistas.
Para trás os corpos todos
dos que ontem foram
para o mundo e não são mais
animados, animais.

O passo da alvorada ao nosso alcance
Um reflexo do tempo num relance
e já nada nos mais pertence,
senão um trágico empirismo.

Do universo teço um céu de rotas,
Crio contigo um paralelismo.
Num altruísmo
fulgura a face de Deus!

Pelas batidas do coração caindo vamos
perdendo a guerra injusta,
e a capacidade engajada à palma
escorre pelo chão dos lares.
Certamente não choramos – os estelares
- sumimos, confluentes nos clamores
por não clamares.
As coibições, confissões latentes, menina,
as lutas superiores
Pela memória das gerações
Esquecer-se-ão delas.
Mas as estrelas se apresentam pelo quarto crescente
à todas as cortes de lembrança ao céu
e o horizonte se espelha nas mãos.

Somos todos estelares
só que alguns mais, outros menos,
por isso morremos
e vivemos dores.

Não somos atores
Não somos o que temos
Não somos flores.

Não somos mais nem menos
Não somos o que queremos
Não somos amores.

Somos estrelas maravilhosas
que de uma noite frondosa
romperam!

Cadentes, nas entrelinhas,
umas caíram sozinhas
outra caírem esperam.

As estrelas tortas, do esquecimento,
desses pontos luminosos a traçarem curvilíneas,
a noite, de porta em porta
pelo pálio descendentes, do cosmos e, de repente
aborta.

Enamoradas se entregam
arremedam ilusões,
Os estelares são clarões
para os que a musa enxergam.

Adornando a paisagem
cinematograficamente bastam,
Por fagulhas de dureza bélica
as estrelas são trágicas.

Fatídicas, enigmáticas:
a semelhança do que é entrega
ao contrariar a náusea
da mortalha que se carrega.

Somos todos estelares, menina,
ofuscados eternamente
pelo sol da senda cega
e o tempo que determina
quem ascende e quem se inclina
quem deveras dor não sente.

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