segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Columbário

Ao tentador do mortuário
Vilipêndio o restará,
Ao homem a colimar
Adentrar o columbário!
            
O zéfiro refrigério
Dos corpos da frigidez
Lembrar-te-ão de vez
Os ossos do cemitério...
            
Do cheiro negro noturno
Da carne a abastardar
Aos poucos, vai estourar
Do morto, fétido vurmo...
            
Destroços, cinzas parciais
Tornar-se-ão pó ungueal;
Virão, na sombra do umbral,
Os vermes coloniais!
            
Ó, pútreo olhar vulturíneo!
De raia à raia a fitar,
Dir-se-ia, a me devorar,
E ao meu coração ígneo!
            
Prefiro a ausência do lar
Corvil, do bode Belial:
A soída seiva do mal,
Vil lacre do sepultar!
            
Não entre no columbário!!!
A foice lhe fita faminta
Co’a tinta do tempo que pinta
Com sangue teu obituário.
            
Mortífera terra corroída
Onde o lírio nasce ao contrário...
Não queira ir ao columbário,
O antro do mundo sem vida.

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