segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Os tecidos de Pandora

                                                                                 Sugestão de trilha sonorahttps://www.youtube.com/watch?v=GGU1P6lBW6Q

Uma luz para que hibernem
os rudimentos lúgubres.

Para que todos governem
Os prados utopicamente breves,
Que ao dobrar em ti meus olhos
uma síntese semiótica
Suplante fragmentos meus
e lapide o modo hostil
e o fruto crítico rompa
Pela negrura do teu corpo.

Um ósculo abstrato troco
contigo e no sono
a insônia instigo
No crânio oco.

Carne é rocha e estigma,
o raio sigma a liga
A fraturas e fraudulências.
São mágoas, do que lembras
do cântico dos horrores,
arquetípicos amores,
pois não pensas.

Feridos acres não suturam
por píleas pragas o predando
à metonímia do ébrio dando
álcool à minha mente.

Cínico bardos, escárnios
despudorados, feixes...
Imageticamente sinto,
picturalmente penso,
O pixel aparentemente enche
me sentimentalismo!

A fome é vasão
A vida é morte
O torque é um grilhão.

Amamentar a praga
Para que cresça ao peito altivo
em morgue do coração
é célere objetivo.

Contamina a palma, a atriz,
a linha do tempo curva
Elabora o medo n'alma,
confina a réstia minha
A carestia que exala
da retina dada ao dia.

Minha amada musa mata
laços por seus encantos
Tornando estáticos bandos
nos filamentos peristálticos
usurpando-os.
E nunca revoga paliativo efeito
Programado para, automaticamente,
conjugar náusea ao ente
epistemológico prelo.

No preventório das multidões
perfilam-se corpos
Um grão é o esforço
das revoluções,
o click é remorso.

Voluptuosa luz, fragorosa!
Espúrio intelecto
Virtual matrimônio
Estéril útero septo,
Teatro intrépido
Vampiro mórbido.

Que enche a Lua fria
de mais solidão ainda
alumiando as salas.

Nenhum mundo move se, enfim,
custe a pejar prostrado
perante as torres de marfim,
da nau dos naufragados.

A felicidade em mim
demanda morrer carmim
pelo pulso acorrentado,
Devendo amplo cuidado
Às armas organizadas
Ao senso contaminado
Aos vermes do alastrim.

Para que sempre minha estrada
estática, embora ainda
cálida, não finda,
Seja contigo nada.

Para que o bravo seio
Adormeça, ao enleio
do ópio e da chama
alienada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário